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sábado, 30 de abril de 2011

TRANSFORMAR O VELÓRIO EM ESCOLA


TRANSFORMAR O VELÓRIO EM ESCOLA

Acreditamos que teremos dado um grande passo rumo à libertação espiritual a partir do momento em que, nos velórios e necrotérios, pudermos ouvir preleções evangélicas enfatizando a sobrevivência do Espírito e colocando o fenômeno da morte como um acontecimento natural a toda matéria.

Preleções que poderiam ter, como fundo, uma suave música que predispusesse os indivíduos à meditação e à prece.

Essas preleções, ministradas no próprio local onde é velado um corpo sem vida, teriam um efeito educativo de alcance até agora não imaginado pela maioria dos homens; mesmo pelos homens que cuidam de assuntos religiosos. Isso porque, por ser um fenômeno natural, a morte, ou a passagem do Espírito para o plano invisível às pessoas encarnadas, confunde a maioria das pessoas que passam por essa experiência. Uma espécie de sono toma o indivíduo, que, a seguir, desperta senhor da maioria de suas faculdades intelectivas e, portanto, considerando-se "vivo", ainda com o corpo: não somos habituados a pensar, a educar-nos, para viver num estado vibratório diferente, em que o pensamento e nossos próprios atos passados têm importância fundamental.

Temos visto exemplos, em sessões mediúnicas de intercâmbio com o plano espiritual, de Espíritos que ainda se imaginam encarnados, sentem-se como se possuíssem ainda o corpo carnal, E agem em função desse pensamento, como pessoas "vivas", intrometendo-se inconscientemente em assuntos que só interessam aos encarnados, e, em decorrência, influenciando fortemente o psiquismo das pessoas a quem estão ligados. Essa influência pode chegar ao ponto de levar o indivíduo visado ao próprio desequilíbrio mental, pois trata-se de uma ação subliminar de profundas repercussões.

Se nos velórios houvesse preleções que informassem acerca do estado em que fica o homem após a morte, após o desencarne, muitos dos "mortos" que, não temos dúvida, ainda ali permanecem ligados a seus corpos inanimados, poderiam receber esse esclarecimento e ficar com um maior número de dados para analisar a própria situação. Como quando um avião se prepara para aterrissar com o tempo encoberto, sem teto no aeroporto, a torre de controle o guia através de instrumentos. E a aterrissagem se faz sem incidentes, sem muita demora.

Não se trata de uma preleção inócua, pois muita gente poderá argumentar que o "morto" não ouve mais. Ora, se o "morto" está vivo o suficiente para não perceber que já não mais possui o corpo físico, estará evidentemente em condições de ouvir uma preleção de seu próprio interesse. É claro que existem as exceções que confirmam a regra. Além do mais, uma preleção dessa natureza poderá acalmar a angústia dos familiares e amigos do "falecido", e estimular conversação mais edificante nas demais pessoas que, por convencionalismo, participam de um velório. E sabemos que, na maioria das vezes, tal conversação não se mantém num nível dos mais elevados; discute-se de tudo, desde futebol até a vida privada de conhecidos. Uma conversação que forma uma atmosfera mental opressiva sobre o Espírito do desencarnado e também sobre os demais presentes ao velório.

Preleção evangélica em velório ou necrotério, em que a sobrevivência seria sempre ressaltada, acabaria também transformando esses locais em verdadeiras escolas de aprendizado espiritual, onde muitos Espíritos ainda indecisos quanto a seu verdadeiro estado seriam levados a informar-se. Isso porque esses Espíritos, por se julgarem ainda ligados ao corpo, não conseguem ver ou entender os Espíritos mais esclarecidos que querem ensiná-los. Estão ainda bastante materializados para entender fatos em que a matéria grosseira não entra. Estão habituados a utilizar o ouvido para ouvir, os olhos para ver, enfim, os sentidos do corpo físico para se relacionarem com seus semelhantes.

Não entendem a linguagem telepática ou a visão espiritual de que, forçosamente, terão de fazer uso no plano onde se encontram. E, por causa disso, não são acessíveis aos ensinamentos que os próprios Espíritos lhes tentam ministrar. Precisam estar em contato com os encarnados, com os "vivos", para ouvir e entender. Infelizmente, a maioria dos desencarnados tem pouca coisa a lhes ensinar: estão sempre preocupados com as coisas materiais, que já não podem interessar ao Espírito.

Dessa forma, um local onde se homenageia o corpo inanimado (que foi templo do Espírito por um determinado período) pode tornar-se bastante favorável para ensinamentos ligados ao fenômeno da morte. Existem, nesse local, condições favoráveis para a percepção desses Espíritos. E tais condições deveriam realmente ser aproveitadas.

Quando o velório ou o necrotério forem transformados em escola de ensinamentos sublimes, voltamos a insistir, a morte será menos negra e os Espíritos serão mais felizes .

Valentim Lorenzetti
fonte: Marco Aurélio Rocha

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Irene Ibelli  

MORTE PREMATURA: CRIANÇAS NO MUNDO ESPIRITUAL


MORTE PREMATURA: CRIANÇAS NO MUNDO ESPIRITUAL .

Como explicar a situação da criança, cuja vida material se interrompe?
E por que esse fato ocorre?

Duas indagações que surgem naturalmente ao nos depararmos com a morte na infância.

Allan Kardec [LE-qst 199] registra o pensamento dos Espíritos Superiores:"A duração da vida da criança pode ser, para seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do tempo devido, e sua morte é freqüentemente uma prova ou uma expiação para os pais.

"Observamos pelo exposto que a morte prematura está quase sempre vinculada a erro grave de existência pretérita: almas culpadas que transgrediram a Lei geral que vige os destinos da criatura e retornam à carne para recomporem a consciência ante o deslize.

São, muitas vezes, ex-suicídas (conscientes ou inconscientes) que necessitam do contato com os fluidos materializados do planeta, para refazerem a sutil estrutura eletromagnética de seu corpo espiritual.Lembram ainda os Benfeitores que os pais estão igualmente comprometidos com a Lei de Causa e Efeito e, na maioria das vezes, foram cúmplices ou causadores indiretos da falta que gerou o sofrimento de hoje.

Emmanuel [Criança no Além-prefácio] afirma:"Porque a desencarnação de crianças, vidas tolidas em flor?Muitos problemas observados exclusivamente do lado físico, assemelha-se a enigmas de solução impraticável; entretanto, examinados do ponto de vista da imortalidade e do burilamento progressivo da alma, reconhecer-se-á que o Espírito em evolução pode solicitar conscientemente certas experiências ou ser induzido a ela em benefício próprio.

Nas realizações terrestres, é comum a vinculação temporária de alguém a determinado serviço por tempo previamente considerado.

Há quem renasça em limitado campo de ação para trabalho uniforme em decênios de presença pessoal e há quem se transfira dessa ou daquela tarefa para outra, no curso da existência, dependendo, para isso, de quotas marcadas de tempo. Encontramos amigos que efetuam longos cursos de formação profissional em lugares distantes do recanto em que nasceram e outros que se afastam, a prazo curto, da paisagem que lhes é própria, buscando as especializações de que se observam necessitados.

E depois destes empreendimentos concluídos, através de viagens que variam de tipo, segundo as escolhas que façam, ei-las de regresso aos locais de trabalho em cuja estruturação se situam.

Esta é a imagem a que recorremos para que a desencarnação de crianças seja compreendida, no plano físico, em termos de imortalidade e reencarnação."Casos, no entanto, existem que não estão inseridos no processo de Ação e Reação e configuram sim, ações meritórias de Espíritos missionários que renascem para viverem poucos anos em contato com a carne em função de tarefas espirituais. É o que afirma André Luiz:"Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a expectativa apresentação que lhes era custumeira."

CRIANÇAS NO PLANO ESPIRITUAL

Com relação à posição espiritual dos Espíritos que desencarnam na infância, André Luiz informa-nos que todos eles são recolhidos em Instituições apropriadas, não se encontrando Espíritos de crianças nas regiões umbralinas.

Há inúmeras descrições espirituais de Escolas, parques, colônias e instituições diversas consagradas ao acolhimento e amparo às crianças que retornam do Planeta através da desencarnação.Chico Xavier, analisando a situação espiritual e o grau de lucidez desses Espíritos diz:"Os benfeitores espirituais habitualmente nos esclarecem que a criança desencarnada no Mais Além, recobra parcialmente valores da memória, quando na condição de Espírito, tenha já entesourado alta gama de conhecimentos superiores, com pouco tempo depois da desencarnação, conseguindo, por isso, formular conceitos e anotações de acordo com a maturidade intelectual adquirida com laborioso esforço.

O mesmo não acontece com o Espírito que ainda não adquiriu patrimônio de experiência mais dilatados, seja por estar nos primeiros degraus da evolução humana ou por essência de aplicação pessoal ao estudo e a observação dos acontecimentos.

Para o Espírito nesse estágio, o desenvolvimento na vida espiritual é semelhante ao que se verifica no plano físico em que o ser humano é compelido a aprender vagarosamente as lições da existência e adiantar-se gradativamente, conforme as exigências do tempo."

André Luiz [Entre a Terra e o Céu] vai pronunciar-se da mesma forma: "Acreditamos que o menino desencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto ... Em muitas situações, é o que acontece quando o Espírito já alcançou elevado estágio evolutivo.Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnaram, o caminho não é o mesmo.

Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do autogoverno. Jazem conduzidos pela Natureza, à maneira de criancinhas no colo materno. É por esse motivo que não podemos prescindir de períodos de recuperação, para que se afasta do veículo físico, na fase infantil."

QUADRO XII - Morte Prematura – Possibilidades-

Assumir a forma da última existência- Conservar a forma infantil que vai se desenvolvendo à semelhança do que ocorre na Terra- Reencarnar pouco tempo depois do falecimento

Bibliografia1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

3) Entre a Terra e o Céu - André Luiz/Chico Xavier

4) Resgate e Amor - Tiaminho/Chico Xavier

5) Escola no Além - Claudia/Chico Xavier

6) Crianças no Além - Marcos/Chico Xavierhttp://www.amaluz.net/prematura.htm
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Irene Ibelli   
 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

OS VIVOS E AS OUTRAS VIDAS


 

Os Vivos e as Outras Vidas

É possível que a existência humana, tão complexa e rica, se dissolva quando o coração pára? Com uma resposta prática para essa questão crucial e a promessa de comunicação direta com os mortos, o espiritismo tornou-se a religião – ou, pelo menos, a segunda opção religiosa – de 40 milhões de brasileiros.
Gabriela Carelli
Com reportagem de Tiago Cordeiro e Thereza Venturoli
Luludi/Ag. Luz 
Sessão espírita em São Paulo: em busca de ajuda e orientação

O homem passa boa parte do tempo projetando o futuro. Descobrir o mundo, aprender novas lições, apaixonar-se, gerar e criar filhos, perseguir objetivos, aspirar à felicidade. Tudo isso compõe um ritual de celebração da vida e torna tão rica a aventura humana que uma reflexão crucial se impõe: é possível que a existência, tão complexa, se dissolva feito fumaça assim que o coração e o cérebro param de funcionar? Desde tempos imemoriais o homem se recusa a acreditar nessa fatalidade. Todas as religiões, sem exceção, enxergam na morte o início de outro tipo de existência, que começaria pela sobrevivência de uma parte da essência humana – chame-se a ela de alma, espírito ou qualquer outro nome. A crença na vida após a morte é universal. Os brasileiros, claro, não são exceção. Entre nós, talvez mais do que entre outros povos, não apenas se crê na eternidade da alma, mas se dá como certo que a reencarnação e a comunicação com os mortos são possíveis. 


Há nisso um sincretismo religioso tipicamente brasileiro. De acordo com o IBGE, 74% dos brasileiros declaram-se católicos, e a doutrina da Igreja Católica não concebe a comunicação direta entre mortos e vivos. Pelo menos não entre mortais comuns e mortos idem. A comunicação entre santos e mortais é admitida pela doutrina católica. Mas apenas quando ocorre um milagre. Coisa rara, como se sabe. Na prática, boa parte desse contingente católico também dirige sua fé ou sofre a influência de outro credo sem expressão no exterior e que só cresce no Brasil: o espiritismo. Segundo essa doutrina, codificada em 1857, na França, por Allan Kardec – pseudônimo do pedagogo Hippolyte Léon Denizard Rivail –, a alma de todo ser humano morto reencarna tantas vezes quantas forem necessárias para que, devido às boas ações, ela se purifique.

Quando atinge o patamar mais alto, torna-se um espírito puro, livre de imperfeições, e não mais retorna ao corpo físico. O espiritismo também crê que, com algum treino, qualquer pessoa pode se comunicar com os mortos. A questão é: para que fazer isso? Há várias respostas possíveis. A primeira é receber conselhos e orientação daqueles que já superaram os constrangimentos da existência corpórea. A segunda diz respeito à dor humana. Imagine uma mãe que chora a perda de um filho. Pode haver mais conforto que um contato espiritual, no qual ele lhe assegura que passa bem na vida póstuma? 


No princípio era o medo. E o medo se fez crença. Para o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) essa seria a maneira mais simples de explicar o surgimento das religiões nas sociedades humanas. Por temor à fome, aos perigos e à morte, em determinada fase de sua evolução cultural, a humanidade apegou-se ao fervor religioso. Com ele veio a crença na vida eterna e no renascimento da alma e até do corpo físico em uma ou sucessivas existências. Veio também a idéia de que é possível a comunicação entre vivos e mortos.

De uma maneira ou de outra, as convicções acima estão presentes em quase todas as religiões, mesmo nas que renegam essas facetas. Quando um católico reza para um santo de sua devoção ou quando, em caso de milagre, uma figura sagrada lhe aparece em carne e osso ou em forma éterea, está se dando uma espécie de comunicação entre vivos e mortos. Os budistas negam a existência de uma alma substantiva, mas acreditam na transmigração do carma – conjunto das ações dos homens e suas conseqüências – em algo que só pode ser definido como espírito.


Sigmund Freud (1856-1939), criador da psicanálise, tinha uma explicação para a prevalência na história das sociedades humanas da crença na transcendência do espírito. Ela não difere muito da de Weber. "Podemos dizer que, para a psicanálise, conceitos como reencarnação e comunicação com os mortos servem de consolo para a angústia que sentimos diante da finitude", explica a psicanalista freudiana Karin Wondracek, professora da Escola Superior de Teologia de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. De várias formas, os psicanalistas e os místicos estão atrás de respostas à mesma pergunta. O ser humano já foi definido como o único animal que sabe que vai morrer. É natural que a pergunta seguinte seja: o que vem depois?

Essa pergunta aparece nas obras mais ancestrais da cultura humana. Na cultura grega clássica era permitido às almas escolher novos seres para encarnar, fossem humanos ou animais. O ciclo de reencarnações e renascimentos é o núcleo do hinduísmo e do budismo, e estava na base da própria vida do Egito dos faraós. Não por acaso, eles eram sepultados com suas riquezas, para que pudessem desfrutá-las no outro mundo. Como os espíritas atuais, os egípcios acreditavam que só depois da morte a existência humana alcançava a plenitude. William Shakespeare reservou a um espírito um dos papéis principais de sua obra-prima, Hamlet. O pai do personagem-título, príncipe da Dinamarca, volta em forma de fantasma para lhe informar que fora morto pela mulher e seu amante, que lhe roubara o trono. O célebre diálogo dessa peça ("ser ou não ser") trata exatamente da angústia humana diante da impossibilidade de saber que sonhos trará o sono da morte. 


Além de cultivar ainda hoje os ritos de origem africana, comuns a diversos países onde a escravidão foi a base da economia no passado, o país sobressai nas estatísticas mundiais como a pátria do espiritismo de inspiração kardecista – nome que deriva do francês Allan Kardec, estudioso positivista do fim do século XIX que produziu uma versão cientificista dos fenômenos religiosos focados na vida depois da morte. Segundo a Federação Espírita Brasileira, mais de 40 milhões de pessoas seguem a doutrina de Allan Kardec no Brasil. Apenas 2% dos brasileiros se dizem espíritas nos censos oficiais. A imensa maioria simplesmente acrescenta, sem drama de consciência, os ensinamentos de Kardec aos das religiões que professam oficialmente. Funcionam no país 10.000 centros espíritas. Eles eram apenas 3 000 no começo dos anos 90. Duzentas editoras publicam somente livros voltados para a comunidade espírita. Já foram vendidos 22 milhões de exemplares de sete livros escritos por Allan Kardec no Brasil.

A razão do sucesso é a mesma que alavanca esse tipo de crença em todo o mundo – e alavancou no passado: a rejeição da idéia de que o sofrimento, o som e a fúria sem significado da vida humana possam ser totalmente em vão. "O espiritismo conforta seus seguidores porque oferece explicações para todas as mazelas da vida e coloca o sofrimento como uma forma de purificação da alma", diz Antonio Flávio Pierucci, sociólogo especialista em religiões da Universidade de São Paulo. O espiritismo é mais direto, mas oferece um produto bastante similar ao das demais religiões. Todas prometem um mundo melhor além-túmulo, em geral em contato próximo com o esplendor do Divino. O que o espiritismo tem de próprio, ainda que não seja um monopólio seu, é o fato de acenar com a certeza de que, no futuro, haverá outras vidas, quantas forem necessárias, para tirar as manchas da alma. "A doutrina católica não ensina aos fiéis como lidar com a dor que os mortos deixam nos vivos nem explica as injustiças da vida. O sucesso do espiritismo deriva justamente dessa capacidade", diz o frei Luiz Carlos Susin, professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.


A crença maciça na reencarnação e na comunicação com os mortos não é uma extravagância brasileira. Uma pesquisa recente mostrou que 51% dos americanos acreditam em espíritos e 27% crêem em reencarnação. O que nos diferencia são a respeitabilidade alcançada por essas crenças na sociedade brasileira e as dimensões do espiritismo no país. O Brasil foi desde sempre um terreno fértil para crenças baseadas na comunicação com os espíritos e na reencarnação. Os escravos vindos da África entre os séculos XVI e XIX trouxeram crenças no contato direto com o mundo dos mortos, que floresceram e permearam todos os estratos da sociedade.

Também os índios conversavam com seus mortos, cujo espírito, acreditavam, permanecia entre os membros da tribo por algum tempo. Nos Estados Unidos, os negros e os índios cultivavam práticas semelhantes, mas elas foram perseguidas até a extinção pelos protestantes – para eles, o conceito de encarnação era coisa do diabo, não de espíritos. Os primeiros brasileiros foram mais tolerantes com o mundo mágico dos escravos e dos índios, aproveitando-se das dificuldades encontradas pela Inquisição para impor o rigor católico na parte de baixo do Equador. Conclui Ceres Medina, antropóloga da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: "Quando as idéias de Allan Kardec chegaram ao Brasil, pelas mãos da elite que costumava estudar na França, foram assimiladas facilmente porque o brasileiro já convivia com as práticas espiritualistas".


O espiritismo desembarcou no Brasil no momento de crise política que antecedeu o advento da República. Naquele período, havia uma insatisfação com a cúpula da Igreja Católica, ligada ao conservadorismo político da monarquia. A doutrina de Allan Kardec era ao mesmo tempo uma filosofia de vida e uma lista de preceitos religiosos, e os brasileiros foram hábeis em transformar esse caldo em religião. "Os adeptos procuravam usar ao máximo os conceitos científicos em voga na época, principalmente o racionalismo e o evolucionismo, para justificar o espiritismo, o que dava aos cultos uma respeitabilidade que atraía a elite letrada", diz José Luiz dos Santos, chefe do departamento de antropologia da Universidade Estadual de Campinas. "Para divulgar a doutrina, a elite tratou de atrair pobres como clientes. Já no fim do século XIX eles procuravam os centros espíritas para resolver seus problemas de saúde", explica ele.

O espiritismo deslanchou de vez no Brasil pelas mãos do médium mineiro Chico Xavier (1910-2002), que se tornou uma celebridade nacional ao receber diariamente, em seu centro espírita, caravanas intermináveis de crentes em busca de curas e contatos com os mortos. De origem humilde e com instrução primária, o médium escreveu 400 livros atribuídos por ele a autores já mortos e que venderam mais de 30 milhões de cópias.


Para os milhares de brasileiros que acorreram a ele, no entanto, Chico Xavier era quase um santo. "A grande contribuição de Xavier foi mostrar o lado da caridade que pontua a cartilha de Allan Kardec", diz Ceres Medina. "Ao propagar a prática da caridade, ele humanizou o espiritismo e acabou com o preconceito contra ele", completa. Em outros países, o espiritismo kardecista não teve tanta sorte. Em seu país de origem, a França, ele definhou. "Até hoje o espiritismo é confundido com bruxaria", disse a VEJA Charles Kempf, coordenador do Centro de Estudos Espíritas Léon Denis, da cidade francesa de Thann. Kempf tem uma explicação adicional para o êxito do espiritismo no Brasil. É uma explicação bem material. Se a prática da caridade e do assistencialismo chancelou o espiritismo no Brasil, na França isso não ocorreu. A razão? O assistencialismo do Estado francês funciona com razoável perfeição, não deixando espaço para os espíritas utilizarem esse recurso para angariar um rebanho maior. Oscar Cabral.

"O espiritismo não consola,explica as desgraças da vida".
Todas as noites Lily Marinho, viúva do fundador das Organizações Globo, Roberto Marinho, segue um ritual: enche um copo de água e o coloca ao lado do retrato do marido, na cabeceira da cama. De manhã, joga fora a água. "Dizem que tudo de ruim fica concentrado ali", diz Lily, que é católica, mas desde que o filho Horácio morreu, em 1966, encontrou conforto no espiritismo. Leu Allan Kardec, foi a centros espíritas, visitou Chico Xavier e chegou a ter uma visão. "Eu estava em Paris quando vi Horácio, vestido de branco, segurando uma criança. Entendi que era um recado dele para eu adotar um menino", conta. Sete meses depois da morte do filho ela adotou um garoto, João Baptista. Lily afirma ter encarado a morte de Roberto de forma mais tranqüila e que sente a presença dele pela casa. Aos 84 anos, ela não tem o hábito de ir à missa (apesar de ter providenciado celebrações em memória do filho numa igreja de Milão), garante que não teme a morte e acredita em reencarnação. Diz Lily: "O espiritismo não é um consolo. É uma explicação para as desgraças da vida". Roberto Setton.

"Uma carta psicografada mudou minha vida"
Ex-jogadora da Seleção Brasileira de Basquete, Maria Paula Gonçalves da Silva, a Magic Paula, de 43 anos, é espírita desde 1992. Conheceu a doutrina em 1983, quando se submeteu a uma cirurgia espiritual, que sanou uma lesão grave que tinha no joelho. Em 1999, passou por uma experiência marcante. Durante uma sessão de massagem, a profissional que a atendia passou mal e saiu da sala. "Quando ela voltou tinha nas mãos uma carta psicografada com uma mensagem do meu pai", diz Paula. "Eu me senti culpada quando ele morreu. A carta era sobre essa culpa. Mudou minha vida."


Hollywood e o Cenário do Além
Uma série de sucessos de bilheteria cujo tema é a comunicação entre vivos e mortos reflete o interesse despertado pelo tema, sobretudo o existente nos Estados Unidos, onde os filmes são produzidos. As pesquisas mostram que mais de 50% dos americanos acreditam em espíritos, 27% deles, em reencarnação, e nove em dez estão certos de que a alma sobrevive à morte. À esquerda, Nicole Kidman em Os Outros, e, à direita, Bruce Willis em O Sexto Sentido,ambos filmes sobre fantasmas.

Com reportagem de Tiago Cordeiro e Thereza Venturoli
Revista Veja - 
Edição 1904 – 11/05/2005
Matéria: "Vida após a Morte – Por que é tão forte a crença na reencarnação e na comunicação com os mortos.
FONTE: Hospital Espiritual do Mundo
 
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Irene Ibelli  .`.